O
libertino
O libertino é diferente do
livre, ele não tem ideia da verdade, para ele a verdade absoluta é intocável,
inexistente, por isso, a verdade é um momento, se em dado momento a verdade é
um relacionamento promíscuo, triangular, aberto, este vive intensamente tal “verdade”,
o que importa é satisfazer o prazer próprio, falta-lhe uma constante, seus
padrões são hedonistas e subjetivos, na realidade privativos ao seu modo de
pensar in loco, pois para estes a
verdade é relativa, distorce o conceito da relatividade e a transformam em
relativismo moral, cultural, social, ético e religioso.
Se você observar falamos nos
últimos dois artigos sobre dois extremos e o equilíbrio, o primeiro, o espírito
acorrentado do chefe, ou líder despótico, o terceiro o líder de espírito
libertino ou líder de si mesmo. O entre estes, o segundo, é o líder de espírito
livre e libertador, um verdadeiro líder. Neste iremos nos ater, os outros terão
seus momentos no discorrer dos artigos futuramente postados aqui, falaremos
sobre suas origens e seus propósitos.
Origem
da liderança livre
O espírito livre e
libertador de liderança nasceram há mais de dois mil anos atrás, mas
precisamente no período do império romano, na Palestina, o maior líder da
história que influenciou em vários aspectos a cultura ocidental, Yeshua, mais
conhecido como Jesus. Ele não possuía poder imperial, muito menos tinha “sangue
azul”, pelo contrário, era um carpinteiro de Nazaré. Através do seu ensino
muitos foram libertos, deixava-se questionar, escutava críticas, possuía muitos
inimigos, mas os amava, suas repreensões não eram condenatórias, mas
transformadoras, reflexivas e restauradoras, sabemos que muitos não entendiam
assim, mas o maior líder da história deu o maior exemplo de liderança, era
libertador, nunca libertino ou liberal, muito longe de ser opressor despótico,
os líderes despóticos daquela época eram combatidos por ele, eram além dos
déspotas que faziam parte do sistema político-partidário, os fariseus e
saduceus, verdadeiros chefes opressores do povo incauto, enganavam a muitos com
um falso moralismo, com excesso de doutrinas e detalhes cerimoniais, adereços
altamente prejudiciais a liberdade humana, doutrinas estas chamadas pelo Líder
dos líderes de fermento de fariseus. Cuidado com este fermento, seu levedo é
prejudicial e patológico!
A liderança livre aparece
após a Nova Aliança, em Cristo somos livres para falarmos direto ao dono de
todas as coisas, a liberdade cristã trás um novo conceito de liderança, os
papéis são invertidos, ao revés da subserviência ao líder, agora o líder serve
aos seus discípulos. Sua capacidade não está em puramente depositar ideias,
inculcar padrões, mas fazer com que seus discípulos queiram conhecer, não com
respostas prontas e tarefas a fazer, mas em desenvolver voluntariamente a
vontade de servir ao próximo. Apesar de dois mil anos deste ensino prático,
pouco se evoluiu nesta forma de liderar, pois é mais cômodo para o líder, seja
ele um chefe de estado, um padre, pastor e/ou executivo de alguma empresa ou
qualquer outro que tenha função superior a outrem, mandar servi-lo,
demonstrando que este manda e os outros devem obedecer cegamente, sem
questionar e/ou buscar outra alternativa. Imagine se Jesus fizesse isso? Quando
chegasse a idade adulta e seu ministério crescesse, Ele simplesmente provocaria
uma rebelião, tomaria o poder de Roma, sentaria no trono e diria “Agora curvem-se
a mim. Quem manda aqui sou eu! Aquele que me questionar será morto ou expulso
de nosso meio!” Certamente querido leitor, se Ele tivesse feito isso você não
estaria lendo este texto. O braço do verdadeiro líder não é de ferro, mas é de
amor, perdão, consciência e sinceridade.
O verdadeiro líder não
extermina seus inimigos, não os machuca, não os mata, não os exclui, não
excomunga-o, pelo contrário, ele os ama. O maior exemplo vemos no mestre dos
mestres.
O espírito livre e libertador do verdadeiro líder: Parte 2.